Por: Dr. Edgar Luna
O conceito de Cuidados Centrados no Paciente (do inglês Patient-Centered Care) dado pelo Institute for Heath Care Improvement (IHI) diz que as tradições culturais, preferências e valores pessoais dos pacientes, assim como sua família, e seu estilo de vida, devem ser incluídos nos seus cuidados de saúde.
Fazer com que o paciente e seus entes queridos formem parte da equipe hospitalar, garante que os laços entre os profissionais, departamentos e instituições de saúde sejam respeitosos, coordenados e eficientes. Quando os cuidados são centrados no paciente, serviços desnecessários e indesejados podem ser reduzidos.
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Tendo em consideração esse conceito de gestão, apresento 3 razões pelas quais os hospitais e os médicos devem levar a sério os “Cuidados Centrados no Paciente”.
1. Os pacientes cada vez mais percebem que seus médicos e os hospitais não são tão bons como deveriam ser.
Todos os dias vemos nos jornais ou escutamos de alguém uma nova história de erro médico, que acaba cada vez mais com a confiança no sistema de saúde. O Dr. Fulano do Hospital XYZ amputou o membro errado de um paciente, a enfermeira Tal, trocou o medicamento e o paciente morreu, houve negligencia no atendimento e o paciente não resistiu quando era levado para outro hospital, e assim por diante.
Não se enganem, esses erros sempre existiram! A grande diferença e que no passado, o médico era considerado um Deus, o paciente acreditava em tudo o que ele falava, havia falta de informação e o grande corporativismo dos profissionais, conseguiam ocultar e enterrar grande parte desses erros sem serem descobertos, e ainda o paciente ou os familiares diziam “Obrigado Dr.”
2. Os Cuidados Centrados no Paciente é o melhor caminho a seguir e não é tão difícil.
A maioria deve concordar que os cuidados no atual sistema de saúde são dados desde a perspectiva da instituição e dos profissionais de saúde, quer dizer, pensando na qualificação técnica dos recursos humanos, nos equipamentos de ponta, na infraestrutura, etc. (não falo que não sejam importantes), porém os Cuidados Centrados no Paciente permitem enxergar essas mesmas questões, desde outra perspectiva, de pessoas que avaliam tudo isso de forma subjetiva.
O paciente não diz para seus familiares e amigos “fui diagnosticado com um aparelho de Ressonância Magnética, de última geração, trazido dos EUA que custou R$ 2,5 milhões, o técnico que me atendeu tinha pós-graduação na USP e o doutor uma expertise excelente para ler as imagens”. Ele diz tudo isso da seguinte forma, a sala de imagens era bonita, estava limpa e o aparelho impressionante, o doutor (mesmo sendo técnico já foi promovido) foi tão amável e me entregaram o resultado na hora!
3. O hospital que começar a praticar os Cuidados Centrados no Paciente se destacará do resto.
Os Cuidados Centrados no Paciente envolvem os próprios pacientes no planejamento, na execução e na avaliação dos cuidados de saúde da organização. É como fazer uma pesquisa de mercado e em seguida implementar os resultados.
Centrar os cuidados no paciente não significa dar o controle a eles, simplesmente é convidá-los a participar da sua própria recuperação. Se os pacientes sentem que são tratados como o membro mais importante da sua equipe de cuidados de saúde, haverá maior aderência, irão contribuir melhor para o sucesso do seu processo, e como resultado positivo, redução de custos e menos reinternações.